19 de dezembro de 2011


26 novembro 2011- deixei com saudade a cidade de Refice e Olinda-PE. Agradeço a Deus mais um fruto da missão e pessoas maravilhosas que conheci. Fui recebido pelo bispo emérito de Nazaré- Dom Jorge, em todos os momentos pelo casal de fé, desembargador Dr. José Ivo e Dra. Valéria e pelo meu irmão gêmeo que nasceu noutro ventre, Pe. Augusto César. Não foi difícil rezar diante de um cartão postal que grita a existência de um Deus Onipotente. Deus abençoe, Pernambuco! Saudade d'ocês, bichin! Ochi...que saudade!

Missa em Ramos- 12 de Dezembro 2011

Carinho da Comunidade Sta Luzia, em Ramos-RJ. Uma alegria estar sempre com vcs!!

19 de novembro de 2011

Cristo Rei do Universo

"Vinde benditos de meu Pai"(Mt 25, 34)
No fim, seremos julgados não só pelo mal que fizemos, mas também pelo bem que deixamos de fazer!!! Quiçá sejamos contados entre os dignos do lado direito e ouçamos as doces palavras "vinde, benditos de meu Pai"

8 de outubro de 2011

Testemunhos do dia de Corpus Christi


23 de JUNHO DIA DE CORPUS CHRISTI-2011


Na quinta - feira, dia de CORPUS CHRISTI, a procissão parou diante da 65º DP. de Magé, JESUS entrou na carceragem feminina e com ele três Sacerdotes Monsenhor ILdeu, Padre Alan, Padre Tiago. As internas olharam para SENHOR e prostraram-se diante dEle, choravam muito e com as mãos erguidas suplicavam que olhasse por elas. Foi um momento de muita emoção, uma experiência jamais vista por aqueles que ali estavam, a Pastoral Carcerária Católica e a Comunidade Servos da Divina Misericórdia.
O rosto do Padre Alan estava transformado expressão essa de amor ao próximo. As filhas tão sofridas, tão esquecidas pela sociedade por causa dos erros cometidos. O Padre Alan apresentava JESUS e passava a mão na cabeça delas com o carinho de um pai. O SENHOR queria mais, usou o Padre Tiago para falar com as internas do jeito e da vontade dEle, assim aconteceu e ele entregou-se por inteiro por amor ao SENHOR. Através das palavras do Padre Tiago que naquele momento era o SENHOR falando, chegava aos corações daquelas pessoas sem esperanças, massacradas pela vida, um sentimento de arrependimento e com sede de palavras verdadeiras de um pai, que perdoa todos os pecados. A certeza de que algo acontecerá naquele lugar, o milagre está por surgir e que será um dia muito especial para a vida de cada uma delas. JESUS ali operou milagres em muitos corações arrependidos. Monsenhor lLdeu olhava para as internas com olhar de JESUS misericordioso.
Esse fato ocorreu porque alguém como o Padre Ernande não silenciou. Sempre disposto a lutar por aqueles menos favorecidos os mais pobres, os discriminados pela sociedade, os injustiçados e os enfermos. Saiu em marcha ensinando a todos que os bons, não podem e não devem silenciar diante de tantas discriminações, tantas injustiças e sofrimentos. Que devemos levar esperança de uma vida melhor, dias melhores e confiar naquele que tudo pode JESUS CRISTO!
Segue em anexo os testemunhos das detentas.
Padre Ernande, Monsenhor lLdeu , Padre Tiago, Padre Alan, que Deus vos recompense e os abençoe sempre!

Magé 23 de junho de 2011

Agentes religiosos da Pastoral Carcerária e Com. Servos da Divina Misericórdia.

TESTEMUNHOS DAS DETENTAS
1º Maria da Silva Quintanilha disse: Que jamais esquecerá, foi o dia do grande milagre na carceragem na 65º DP de Magé. Fez o propósito de ser uma serva de Deus na Igreja Católica.
2º Bruna da Conceição de Abreu
Foi o dia que JESUS pegou o meu fardo pesado e fiquei com o fardo leve. O dia mais lindo na 65º DP. Também foi uma noite de muita paz na carceragem.
3º Danielle Nascimento
Disse que estava com muita tristeza, ajoelhou- se diante do SENHOR chorou muito e ficou mais forte para lutar, nunca viu esse dia o mais lindo em toda vida dela.
4º Rita de Cássia da Silva Lima
Eu me senti que não estava dentro de uma prisão, me senti livre como se tivesse dentro da Igreja, até hoje tenho esse sentimento.
5º Eliane Raibot
Na visita do SENHOR me senti feliz na presença dEle como eu tivesse na procissão. Ele veio nos visitar na prisão e me pegou nos braços. Eu estava seguindo a Igreja Evangélica, mas agora não, eu vi JESUS.
6º Rosângela Barros
O melhor dia da minha vida desde o dia em que nasci.

18 de julho de 2011

Discurso da Missa de despedida de Teresópolis-Maio 2011

“ Aqueles que passam por nos nunca nos deixam sos, trazem um pouco de si, levam um pouco de nos!”

Queridos,

Ha tempos eu vos ensinei que os heróis também sangram...

Por muitas vezes me vistes chorar, mas por mais vezes ainda me viram sorrir, como e minha marca registrada.

Hoje e um dia de dor pra mim, sem duvida, mas o dia D em que sou chamado a obediência de Abraão: “ Deixa tua terra, tua casa, teu povo...e vai para o lugar que eu te vou mostrar”...Deixar e muito difícil, mas minha vocação e de passar: passar pelas vidas anunciando, passar iluminando e deixando marcas.

Deixar vocês vai ser difícil, mas não posso contradizer a fidelidade que com ardor preguei nestes altares. Não posso cair em contradição voltando atrás da obediência que tanto anunciei na Igreja. Mas também ficar significaria me acostumar ao que deixo, me acostumar ao que faço, acostumar ao que esta pronto...ficar por muito tempo significa não me renovar e não renovar os outros, e isto esta bem longe de mim, pois nasci para o desafio e o outro! Tudo o que plantei sei que outro colherá, e o fruto do meu fecundo ministério enxergo aqui, agora... Sei que Deus fez por meio de mim, e tenho profunda consciência de que eu sou só um APESAR nas mãos de Deus. Sim: Deus fez, apesar de mim!!

Deixo este lugar que tanto amei e me entreguei com uma única razão: outro lugar precisa da minha voz e coragem e por que fui formado para uma grande família que se estende pelos quatro cantos da terra. Assim, onde for preciso da voz de Deus, ali devo estar.

Procurei ser todo inteiro em cada coisa, fui tudo que sou no mínimo que fiz, e me dei sem reservas no certame que me foi proposto. Exatamente por isso, meu bispo, Dom Filippo Santoro me disse que outra Igreja precisa do meu ardor. Vou com o troféu nas mãos e a consciência limpa (nada melhor que uma consciência limpa...nada paga uma consciência limpa). Consciência de ter dito a verdade sem medo, e nada mais vos disse senão a verdade, e agradeço a Deus ter me mantido fiel e ter sido portador desse Verbo que ressoa na minha voz.

Onde quer que eu esteja, sei que serei sempre a pedra no calçado dos insensatos, o incomodo dos mesquinhos e a voz que clama no deserto: esta e minha vocação! Enfim, sei que Deus se serve de ventos contrários para nos conduzir ao porto.

Não poderia deixar de ir sem agradecer as duas mulheres da minha vida: minha mãe e minha irmã aqui presentes! Muito obrigado!!

Mãe: a sra. foi a melhor faculdade que eu freqüentei. Faculdade de liderança, de humanidade... tudo o que eu trago em mim tem em ti origem: meu modo de olhar a vida, minha liderança, minha não desistência, meu modo de encarar o que vem, sabedoria, meu humor...

Pai: você foi pra mim o que São Jose fora para Jesus! Tudo o que eu disser de ti será pouco diante do que es. Como eu olho pra você! Eu te olho! Minha família...vocês são minha vida!

Ao Padre Mario: você me ajudou muito! Ensinaste-me a arte da vida...depois de você me sinto preparado pra tudo! Você me agregou muitas coisas na minha bagagem de vida! Meu muito obrigado!...e cuidem dele por mim!

E a vocês...muito obrigado! Vocês são a minha razão de continuar, a razão do meu sacerdócio. Enquanto eu estive com vocês eu não quis ser o que queriam ou gostariam. Não quis ser alem do que podia ou que me fora permitido. Eu não quis outra coisa senão SER.

Enfim, agora e hora de partir pra outra terra, graças a Deus não tão distante, por que Deus tem um propósito com isso. Agora começa minha outra missão. Outros precisam do sorriso de Deus, ou melhor, precisam ver a “cara” de Deus. Rezo por vocês para que sejam fieis e não desistam de Deus por causa do erro dos homens. Deus sempre valera a pena!! O mal nunca será maior do que o bem que vocês podem fazer.Eu e o céu inteiro torcemos por vocês!! Avante Teresópolis...e parabéns! Deus quis que eu passasse aqui só pra ver o quanto vocês são fortes e capazes de superação...Eu levo uma bagagem muito pesada: experiência! E vocês vão comigo...

...termino com o grande pensador grego Heráclito a respeito da importância da mudança em nossa vida:

“TUDO muda exceto a própria mudança.
tudo flui e nada permanece , tudo se afasta e nada fica parado ... Não se pode banhar-se duas vezes no mesmo rio, pois outras águas e ainda outras sempre vão fluindo... É na mudança que as coisas acham repouso”

Deus abençoe! Amo vocês!...e nos encontramos na próxima Eucaristia!!!

1 de maio de 2011

Mensagem de Dom Filippo Santoro para a Páscoa



No drama do mundo, um amor total...


As chuvas caídas na Região Serrana do Rio de Janeiro, com 900 vitimas; o terremoto do Japão e a tsunami com mais de 12 mil mortos; as doze crianças inocentes assassinadas em Realengo por um desequilibrado de vinte três anos que depois se matou; nos deixam tristes e aflitos. Um mistura de impotência e revolta diante da força da natureza e da loucura do homem. Tanto basta para experimentar como é frágil e precária a nossa vida. Que sentido tem celebrar nestas condições a Páscoa? Sendo tão perdidos e desamparados o que sustenta nossa esperança? O que pode nos confortar para não ser engolidos na distração, no consumo, no vazio? A grande pergunta, que tampouco a cultura contemporânea pode negar, é se existe algo que satisfaça plenamente as exigências do coração e que perdure no tempo, para sempre.

E aqui se manifesta o valor da Páscoa de Jesus que abraçou totalmente o sofrimento do mundo, o drama do pecado e a dor da natureza que geme conosco em dores de parto (Romanos 5, 22). No meio do drama do mundo estamos diante de um amor total que abraça e que perdoa. Cristo se dobra sobre o nosso sofrimento e o nosso pecado O abraço do seu amor continuo salva os mortos da chuva, salva estas 12 crianças inocentes e julga o agressor. Sem Cristo estas crianças onde estariam? Tudo terminaria com uma insensata violência e ninguém seria responsável de nada. E os mortos da chuva? E as vitimas da tsunami? Desaparecidas para sempre! A morte foi enfrentada e vencida por Cristo que nos revela um amor maior que corresponde ao nosso desejo mais profundo de vida plena.

Ora o amor do Senhor não é um sentimento, ou apenas um piedoso desejo da razão e do coração. “Eu sou a ressurreição e a vida” (João 11, 25). O seu amor é um fato. Na manhã de Páscoa Ele se mostra e se faz encontrar por pessoas concretas que o reconhecem e cheias de alegria anunciam a sua vitória. A vida humana começa a ser contagiada pela sua imortalidade e, seguindo esta presença, se vence o tempo, o espaço e a morte. Ele é nosso contemporâneo caminha conosco e nos comunica a sua própria vida. Assim nasce a Igreja que é o seu corpo hoje, feito por aqueles que o seguem.Frágeis como todos, mas portadores da vitória de Cristo. Se hoje, somos cristãos é porque, um dia da nossa vida, encontramos alguém que nos testemunhou de modo credível a conveniência humana da fé. Um amigo um rosto, uma comunidade que permitiu verificar que Cristo está presente e hoje ilumina a razão e esquenta o coração como aconteceu com os primeiros que o encontraram.

È necessária simplesmente a abertura de coração e o seguimento de sua presença como Maria Madalena, Pedro, João e uma fila ininterrupta de testemunhas até chegar a Padre Pio, Teresa de Calcutá e ao Papa João Paulo que no primeiro de maio será beatificado e que nos deixou encantados particularmente nas suas visitas ao Rio de Janeiro. Hoje também, no ministério de Bento XVI e na vitalidade da nossa Diocese, (pensemos no grande trabalho da emergência depois da calamidade das chuvas e no plano de reconstrução urbanística e humana das áreas de riscos), os nossos olhos vêem fatos e testemunhos que nos fazem perceber a beleza e a atração de Cristo. Trata-se de uma superabundância de humanidade que nos impressiona.

Esta Páscoa é a ocasião de renovar hoje o encontro com Ele e isso mantém viva a esperança diante do drama de Realengo, do Japão e das chuvas da Região Serrana. E nos permite manter viva a memória para uma vigorosa reconstrução das nossas cidades sem cair no esquecimento e na indiferença. A Páscoa de Jesus muda o rosto do mundo e traz uma verdadeira esperança para todos.

Dom Filippo Santoro
Bispo da Diocese de Petrópolis

Confira aqui a homilia de Dom Filippo na Missa da Páscoa do Senhor



Fonte: Diocese de Petrópolis

30 de abril de 2011

Sábado 30/04/2011 - Oitava da Páscoa

Sábado, 30 de Abril de 2011 - Oitava da Páscoa
A Igreja celebra hoje: São José Benedito Cottolengo


Primeira leitura (Atos dos Apóstolos 4,13-21)


Leitura dos Atos dos Apóstolos.

Naqueles dias, os chefes dos sacerdotes, os anciãos e os escribas 13ficaram admirados ao ver a segurança com que Pedro e João falavam, pois eram pessoas simples e sem instrução. Reconheciam que eles tinham estado com Jesus. 14No entanto viam, de pé, junto a eles, o homem que tinha sido curado. E não podiam dizer nada em contrário.
15Mandaram que saíssem para fora do Sinédrio, e começaram a discutir entre si: 16“Que vamos fazer com esses homens? Eles realizaram um milagre cla­ríssimo, e o fato tornou-se de tal modo conhecido por todos os habitantes de Jerusalém, que não podemos negá-lo. 17Contudo, a fim de que a coisa não se espalhe ainda mais entre o povo, vamos ameaçá-los, para que não falem mais a ninguém a respeito do nome de Jesus”. 18Chamaram de novo Pedro e João e ordenaram-lhes que, de modo algum, falassem ou ensinassem em nome de Jesus. 19Pedro e João responderam: “Julgai vós mesmos, se é justo diante de Deus que obedeçamos a vós e não a Deus! 20Quanto a nós, não nos podemos calar sobre o que vimos e ouvimos”.
21Então, insistindo em suas ameaças, deixaram Pedro e João em liberdade, já que não tinham meio de castigá-los, por causa do povo. Pois todos glorificavam a Deus pelo que havia acontecido.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.


Salmo (Salmos 117)


— Dou-vos graças, ó Senhor, porque me ouvistes.
— Dou-vos graças, ó Senhor, porque me ouvistes.

— Dai graças ao Senhor, porque ele é bom! “Eterna é a sua misericórdia!” O Senhor é minha força e o meu canto, e tornou-se para mim o Salvador. “Clamores de alegria e de vitória ressoem pelas tendas dos fiéis.

— A mão direita do Senhor fez maravilhas, a mão direita do Senhor me levantou, a mão direita do Senhor fez maravilhas! O Senhor severamente me provou, mas não me abandonou às mãos da morte.

— Abri-me vós, abri-me as portas da justiça: quero entrar para dar graças ao Senhor! “Sim, esta é a porta do Senhor, por ela só os justos entrarão!” Dou-vos graças, ó Senhor, porque me ouvistes e vos tornastes para mim o Salvador!


Evangelho (Marcos 16,9-15)

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Marcos.
— Glória a vós, Senhor.

9Depois de ressuscitar, na madrugada do primeiro dia após o sábado, Jesus apareceu primeiro a Maria Madalena, da qual havia expulsado sete demônios. 10Ela foi anunciar isso aos seguidores de Jesus, que estavam de luto e chorando. 11Quando ouviram que ele estava vivo e fora visto por ela, não quiseram acreditar.
12Em seguida, Jesus apareceu a dois deles, com outra aparência, enquanto estavam indo para o campo. 13Eles também voltaram e anunciaram isso aos outros. Também a estes não deram crédito. 14Por fim, Jesus apareceu aos onze discípulos enquanto estavam comendo, repreendeu-os por causa da falta de fé e pela dureza de coração, porque não tinham acreditado naqueles que o tinham visto ressuscitado.
15E disse-lhes: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura!”

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.


Fonte: Canção Nova

29 de abril de 2011

Ressucitou de verdade!

Celebrar a Páscoa é chegar ao encontro com Cristo vivo


Uma antiga e sempre atual saudação para o Tempo Pascal resume em poucas palavras a fé dos cristãos: “Cristo ressuscitou”! A resposta confirma a convicção: “Ressuscitou de verdade”! Pode ser retomada na Liturgia e repetida nos cumprimentos entre as pessoas e, mais ainda, pode ser roteiro de vida! É o nosso modo de desejar uma Santa Páscoa a todos, augurando vida nova e testemunho vivo do Ressuscitado, com todas as consequências para a vida pessoal e para a sociedade.

Celebrar a Páscoa é penetrar no mistério de Nosso Senhor Jesus Cristo. Nestes dias de Semana Santa salta à vista Seu modo tão divino e humano de viver a entrega definitiva. “Antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que tinha chegado a sua hora, hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (Jo 13, 1). É a entrega livre daquele de quem ninguém tira a vida, mas se faz dom de salvação.

Jesus Cristo, que é verdadeiro Deus, oferece o testemunho de inigualável maturidade, na qual se encontra a referência para todos os seres humanos. “Os guardas voltaram aos sumos sacerdotes e aos fariseus, que lhes perguntaram: Por que não o trouxestes? Responderam: Ninguém jamais falou como este homem” (Jo 7, 45-46). Encontrá-Lo é descobrir o caminho da realização pessoal. Mas seria pouco considerá-Lo apenas exemplo a ser seguido. “De fato, Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3, 16). O homem verdadeiro é Senhor e Salvador. N'Ele estão nossas esperanças e a certeza da ressurreição. Mais do que Mestre ou sábio de renome, n'Ele está a salvação.

Seus apóstolos e discípulos, antes temerosos diante das perseguições, tendo recebido o Espírito Santo, sopro divino do Ressuscitado sobre a comunidade dos fiéis, tornaram-se ardorosos anunciadores de Sua ressurreição e de Seu nome. Basta hoje o anúncio de Cristo: “Que todo o povo de Israel reconheça com plena certeza: Deus constituiu Senhor e Cristo a este Jesus que vós crucificastes. “Quando ouviram isso, ficaram com o coração compungido e perguntaram a Pedro e aos outros apóstolos: Irmãos, que devemos fazer? Pedro respondeu: “Convertei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para o perdão dos vossos pecados. E recebereis o dom do Espírito Santo. Pois a promessa é para vós e vossos filhos, e para todos aqueles que estão longe, todos aqueles que o Senhor, nosso Deus, chamar” (At 2, 36-39).


Cristo morreu, Cristo ressuscitou, Cristo há de voltar! O que parece simplório é suficiente, pois daí nascem todas as consequências: vida nova, alegria perene, capacidade para se levantar das próprias crises e pecados, amor ao próximo, vida de comunidade, testemunho corajoso da verdade, vida nova na família cristã, compromisso social, serviço da caridade! Tudo isso? Sim, na Páscoa de Jesus Cristo está o centro da fé cristã e a fonte de vitalidade, da qual gerações e gerações de cristãos beberam como de uma fonte verdadeiramente inesgotável.

Celebrar a Páscoa é ir além da recordação dos fatos históricos, para chegar ao encontro com Cristo vivo. Nós cristãos O reconhecemos hoje presente, fazendo arder os corações, vamos ao Seu encontro nos irmãos, especialmente na partilha com os mais pobres, acolhemos Sua palavra viva, lida da Sagrada Escritura e proclamada na liturgia, sabemos que Ele permanece conosco se nos amamos uns aos outros e está vivo na Igreja, quando se expressam os sucessores dos Apóstolos e O buscamos na maior exuberância de Sua presença, que é a Eucaristia. Este é nosso documento de identidade!

Com o necessário respeito à liberdade de todas as pessoas, queremos hoje dizer a todos os homens e mulheres, em todas as condições em que se encontram, que as portas estão abertas, mais ainda: escancaradas. Se quiserem, aqui está o convite para a maior de todas as comemorações: “Celebremos a festa, não com o velho fermento nem com o fermento da maldade ou da iniquidade, mas com os pães ázimos da sinceridade e da verdade!” (I Cor 5, 8). É Páscoa do Senhor! Feliz, verdadeira e santa Páscoa da Ressurreição!

Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém - PA
24/04/2011 - 00h00



Fonte: Canção Nova

Sexta, 29/04/2011 - Oitava de Natal

Sexta-Feira, 29 de Abril de 2011 - Oitava da Páscoa
A Igreja celebra hoje: Santa Catarina de Sena


Primeira Leitura (At 4, 1-12)

Leitura dos Atos dos Apóstolos.

Naqueles dias, depois que o paralítico fora curado, 1Pedro e João ainda estavam falando ao povo, quando chegaram os sacerdotes, o chefe da guarda do Templo e os saduceus. 2Estavam irritados porque os apóstolos ensinavam o povo e anunciavam a ressurreição dos mortos na pessoa de Jesus.
3Eles prenderam Pedro e João e os colocaram na Prisão até o dia seguinte, porque já estava anoitecendo. 4Todavia, muitos daqueles que tinham ouvido a pregação acreditaram. E o número dos homens chegou a uns cinco mil.
5No dia seguinte, reuniram-se em Jerusalém os chefes, os an­ciãos e os mestres da Lei. 6Estavam presentes o sumo Sacerdote Anás, e também Caifás, João, Alexandre, e todos os que pertenciam às famílias dos sumos sacerdotes. 7Fizeram Pedro e João comparecer diante deles e os interrogavam: “Com que poder ou em nome de quem vós fizestes isso?”
8Então, Pedro, cheio do Espírito Santo, disse-lhes: “Chefes do povo e anciãos: 9hoje estamos sendo interrogados por termos feito o bem a um enfermo e pelo modo como foi curado. 10Ficai, pois, sabendo todos vós e todo o povo de Israel: é pelo nome de Jesus Cristo, de Nazaré, aquele que vós crucificastes e que Deus ressuscitou dos mortos — que este homem está curado, diante de vós. 11Jesus é a pedra, que vós, os construtores, despre­zastes, e que se tornou a pedra angular.
12Em nenhum outro há salvação, pois não existe debaixo do céu outro nome dado aos homens pelo qual possamos ser salvos”.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.


Salmo (Sl 117)

— A pedra que os pedreiros rejeitaram, tornou-se agora a pedra angular.
— A pedra que os pedreiros rejeitaram, tornou-se agora a pedra angular.

— Dai graças ao Senhor, porque ele é bom! “Eterna é a sua misericórdia!” A casa de Israel agora o diga: “Eterna é a sua misericórdia!” Os que temem o Senhor agora o digam: “Eterna é a sua misericórdia!”

— “A pedra que os pedreiros rejeitaram, tornou-se agora a pedra angular. Pelo Senhor é que foi feito tudo isso: Que maravilhas ele fez a nossos olhos! Este é o dia que o Senhor fez para nós, ale­gremo-nos e nele exultemos!

— Ó Senhor, dai-nos a vossa salvação, ó Senhor, dai-nos também prosperidade!” Bendito seja, em nome do Senhor, aquele que em seus átrios vai entrando! Desta casa do Senhor vos bendizemos. Que o Senhor e nosso Deus nos ilumine!


Evangelho (Jo 21, 1-14)

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 1Jesus apareceu de novo aos discípulos, à beira do mar de Tiberíades. A aparição foi assim: 2Estavam juntos Simão Pedro, Tomé, chamado Dídimo, Natanael de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e outros discípulos de Jesus.
3Simão Pedro disse a eles: “Eu vou pescar”. Eles disseram: “Também vamos contigo”. Saíram e entraram na barca, mas não pescaram nada naquela noite. 4Já tinha amanhecido, e Jesus estava de pé na margem. Mas os discípulos não sabiam que era Jesus. 5Então Jesus disse: “Moços, tendes alguma coisa para comer?” Responderam: “Não”.
6Jesus disse-lhes: “Lançai a rede à direita da barca, e acha­reis”. Lançaram pois a rede e não conseguiam puxá-la para fora, por causa da quantidade de peixes. 7Então, o discípulo a quem Jesus amava disse a Pedro: “É o Senhor!” Simão Pedro, ouvindo dizer que era o Senhor, vestiu sua roupa, pois estava nu, e atirou-se ao mar.
8Os outros discípulos vieram com a barca, arrastando a rede com os peixes. Na verdade, não estavam longe da terra, mas somente a cerca de cem metros. 9Logo que pisaram a terra, viram brasas acesas, com peixe em cima, e pão. 10Jesus disse-lhes: “Trazei alguns dos peixes que apanhastes”.
11Então Simão Pedro subiu ao barco e arrastou a rede para a terra. Estava cheia de cento e cinquenta e três grandes peixes; e, apesar de tantos peixes, a rede não se rompeu. 12Jesus disse-lhes: “Vinde comer”. Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar quem era ele, pois sabiam que era o Senhor.
13Jesus aproximou-se, tomou o pão e distribuiu-o por eles. E fez a mesma coisa com o peixe. 14Esta foi a terceira vez que Jesus, ressuscitado dos mortos, apareceu aos discípulos.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.


28 de abril de 2011

Quinta, 28/04/2011 - Oitava de Natal

Quinta-Feira, 28 de Abril de 2011 - Oitava da Páscoa
A Igreja celebra hoje: São Luis Maria Grignion Montfort


Primeira Leitura (At 3, 11-26)

Leitura dos Atos dos Apóstolos.

Naqueles dias, 11como o paralítico não deixava mais Pedro e João, todo o povo, assombrado, foi correndo para junto deles, no chamado “Pórtico de Salomão”.
12Ao ver isso, Pedro dirigiu-se ao povo: “Israelitas, por que vos es­pantais com o que aconteceu? Por que ficais olhando para nós, como se tivéssemos feito este homem andar com nosso próprio poder ou piedade? 13O Deus de Abraão, de Isaac, de Jacó, o Deus de nossos antepassados glorificou o seu servo Jesus. Vós o entre­gastes e o rejeitastes diante de Pilatos, que estava decidido a soltá-lo.
14Vós rejeitastes o Santo e o Justo, e pedistes a libertação para um assassino. 15Vós matastes o autor da vida, mas Deus o ressuscitou dos mortos, e disso nós somos testemunhas. 16Graças à fé no nome de Jesus, este Nome acaba de fortalecer este homem que vedes e reconheceis. A fé que vem por meio de Jesus lhe deu perfeita saúde na presença de todos vós.
17E agora, meus irmãos, eu sei que vós agistes por ignorância, assim como vossos chefes. 18Deus, porém, cumpriu desse modo o que havia anunciado pela boca de todos os profetas: que o seu Cristo haveria de sofrer. 19Arrependei-vos, portanto, e convertei-vos, para que vossos pecados sejam perdoados. 20Assim podereis alcançar o tempo do repouso que vem do Senhor. E ele enviará Jesus, o Cristo, que vos foi destinado.
21No entanto, é necessário que o céu o receba, até que se cumpra o tempo da restauração de todas as coisas, conforme disse Deus, nos tempos passados, pela boca de seus santos profetas. 22Com efeito, Moisés afirmou: ‘O Senhor Deus fará surgir, entre vossos irmãos, um profeta como eu. Escutai tudo o que ele vos disser. 23Quem não der ouvidos a esse profeta, será eliminado do meio do povo’.
24E todos os profetas que falaram, desde Samuel e seus sucessores, também eles anunciaram estes dias. 25Vós sois filhos dos profetas e da aliança, que Deus fez com vossos pais, quando disse a Abraão: ‘Através da tua descendência serão abençoadas todas as famílias da terra’. 26Após ter ressuscitado o seu servo, Deus o enviou em primeiro lugar a vós, para vos abençoar, na medida em que cada um se converta de suas maldades”.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.


Salmo (Sl 8)

— Ó Senhor, nosso Deus, como é grande vosso amor por todo o universo!
— Ó Senhor, nosso Deus, como é grande vosso amor por todo o universo!

— Ó Senhor, nosso Deus, como é grande vosso amor por todo o universo!
Perguntamos: “Senhor, que é o homem para dele assim vos lembrardes e o tratardes com tanto carinho?”

— Pouco abaixo de Deus o fizestes, coroando-o de glória e esplendor; vós lhe destes poder sobre tudo, vossas obras aos pés lhe pusestes:

— As ovelhas, os bois, os rebanhos, todo o gado e as feras da mata; passarinhos e peixes dos mares, todo ser que se move nas águas.


Evangelho (Lc 24, 35-48)

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 35os discípulos contaram o que tinha acontecido no caminho, e como tinham reconhecido Jesus ao partir o pão. 36Ainda estavam falando, quando o próprio Jesus apareceu no meio deles e lhes disse: “A paz esteja convosco!”
37Eles ficaram assustados e cheios de medo, pensando que estavam vendo um fantasma. 38Mas Jesus disse: “Por que estais preocupados, e por que tendes dúvidas no coração? 39Vede minhas mãos e meus pés: sou eu mesmo! Tocai em mim e vede! Um fantasma não tem carne, nem ossos, como estais vendo que eu tenho”.
40E dizendo isso, Jesus mostrou-lhes as mãos e os pés. 41Mas eles ainda não podiam acreditar, porque estavam muito alegres e surpresos. Então Jesus disse: “Tendes aqui alguma coisa para comer?” 42Deram-lhe um pedaço de peixe assado. 43Ele o tomou e comeu diante deles. 44Depois disse-lhes: “São estas as coisas que vos falei quando ainda estava con­vosco: era preciso que se cumprisse tudo o que está escrito sobre mim na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos”.
45Então Jesus abriu a inteligência dos discípulos para entenderem as Escrituras, 46e lhes disse: “Assim está escrito: o Cristo sofrerá e ressuscitará dos mortos ao terceiro dia 47e no seu nome, serão anunciados a conversão e o perdão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém. 48Vós sereis testemunhas de tudo isso”.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.


Fonte: Canção Nova

27 de abril de 2011

Papa explica objetivo e missão da vida cristã

Bento XVI fala sobre quais são as ''coisas do alto'' e as ''coisas da terra'', indicando que o Ressuscitado é o caminho que leva ao céu

O Papa Bento XVI falou sobre a Páscoa, coração do mistério cristão, na Catequese desta quarta-feira, 27. Bento XVI indicou o objetivo e a missão dos cristãos: "fazer ressurgir no coração do próximo a esperança onde há o desespero, a alegria onde há tristeza, a vida onde há morte".

"A fé no Cristo ressuscitado transforma a existência,
operando em nós uma contínua ressurreição", disse.

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.: NA ÍNTEGRA: Catequese de Bento XVI na Quarta-feira da Oitava da Páscoa

O Pontífice salientou que tudo começa a partir do fato de que Cristo ressuscitado dos mortos é o fundamento da fé. É da Páscoa que se irradia toda a liturgia da Igreja, que encontra nela conteúdo e significado. "A celebração litúrgica da morte e ressurreição de Cristo não é uma simples comemoração desse evento, mas é a sua atualização no mistério, para a vida de cada cristão e de cada comunidade eclesial, para a nossa vida", destacou.

"Como podemos então fazer tornar-se 'vida' a Páscoa? Como pode assumir uma 'forma' pascal toda a nossa existência interior e exterior? Devemos partir da compreensão autêntica da ressurreição de Jesus. [...] A ressurreição de Cristo é a via para uma vida não mais submetida à caducidade do tempo, mas uma vida imersa na eternidade de Deus. Na ressurreição de Jesus inicia uma nova condição do ser homens, que ilumina e transforma o nosso caminho de cada dia e abre um futuro qualitativamente diferente e novo para a humanidade inteira", ressaltou.

Se cada cristão e cada comunidade vive a experiência da passagem da Ressurreição, certamente será fermento novo no mundo. "Nós, cristãos, crendo firmemente que a ressurreição de Cristo renovou o homem sem retirá-lo do mundo em que constrói a sua história, devemos ser as testemunhas luminosas dessa vida nova que a Páscoa trouxe. A luz da ressurreição de Cristo deve penetrar este nosso mundo, deve chegar como mensagem de verdade e de vida a todos os homens através do nosso testemunho cotidiano", pediu.


Coisas do alto e da terra

Com base no trecho da Carta de São Paulo aos Colossenses - "Se, portanto, ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus. Afeiçoai-vos às coisas lá de cima, e não às da terra" (3,1-2) -, o Sucessor de Pedro explicou o autêntico sentido das palavras do Apóstolo:

"O Apóstolo precisa muito bem aquilo que entende pelas 'coisas do alto', que o cristão deve buscar, e as 'coisas da terra', das quais deve proteger-se. [Com] 'coisas da terra', deseja claramente fazer compreender aquilo que pertence ao 'homem velho' do qual o cristão deve despir-se, para revestir-se de Cristo. Com igual clareza São Paulo indica-nos quais são as 'coisas do alto', que o cristão deve, ao contrário, buscar e apreciar. Essas dizem respeito àquilo que pertence ao 'homem novo', que revestiu-se de Cristo uma vez por todas no Batismo, mas que tem sempre necessidade de renovar-se 'à imagem d'Aquele que o criou'", explicou.

O Santo Padre disse que é verdade o fato de sermos cidadãos da pátria celeste, mas o caminho rumo a essa meta deve ser percorrido cotidianamente já sobre essa terra. "Participando desde agora da vida de Cristo ressuscitado, devemos viver como homens novos neste mundo, no coração da cidade terrena".


Fonte: Canção Nova

Quarta, 27/04/2011 - Oitava da Páscoa

Quarta-Feira, 27 de Abril de 2011 - Oitava da Páscoa
A Igreja celebra hoje: Santa Zita


Primeira Leitura (At 3, 1-10)

Leitura dos Atos dos Apóstolos.

Naqueles dias, 1Pedro e João subiram ao Templo para a oração das três horas da tarde. 2Então trouxeram um homem, coxo de nascença, que costumavam colocar todos os dias na porta do Templo, chamada Formosa, a fim de que pedisse esmolas aos que entravam.
3Quando viu Pedro e João entrando no Templo, o homem pediu uma esmola. 4Os dois olharam bem para ele e Pedro disse: “Olha para nós!” 5O homem fitou neles o olhar, esperando receber alguma coisa. 6Pedro então lhe disse: “Não tenho ouro nem prata, mas o que tenho eu te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda!”
7E pegando-lhe a mão direita, Pedro o levantou. Na mesma hora, os pés e os tornozelos do homem ficaram firmes. 8Então ele deu um pulo, ficou de pé e começou a andar. E entrou no Templo junto com Pedro e João, andando, pulando e louvando a Deus. 9O povo todo viu o homem andando e louvando a Deus. 10E reconheceram que era ele o mesmo que pedia esmolas, sentado na porta Formosa do Templo. E ficaram admirados e espantados com o que havia acontecido com ele.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.


Salmo (Sl 104)

— Exulte o coração dos que buscam o Senhor.
— Exulte o coração dos que buscam o Senhor.

— Dai graças ao Senhor, gritai seu nome, anunciai entre as nações seus grandes feitos! Cantai, entoai salmos para ele, publicai todas as suas maravilhas!

— Gloriai-vos em seu nome que é santo, exulte o coração que busca a Deus! Procurai o Senhor Deus e seu poder, buscai constantemente a sua face!

— Descendentes de Abraão, seu servidor, e filhos de Jacó, seu escolhido, ele mesmo, o Senhor, é nosso Deus, vigoram suas leis em toda a terra.

— Ele sempre se recorda da Aliança, promulgada a incontáveis gerações; da Aliança que ele fez com Abraão, e do seu santo juramento a Isaac.


Evangelho (Lc 24, 13-35)


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.
13Naquele mesmo dia, o primeiro da semana, dois dos discípulos de Jesus iam para um povoado chamado Emaús, distante onze quilômetros de Jerusalém. 14Conversavam sobre todas as coisas que tinham acontecido. 15Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles. 16Os discípulos, porém, estavam como que cegos, e não o reconheceram.
17Então Jesus perguntou: “Que ides conversando pelo caminho?” Eles pararam, com o rosto triste, 18e um deles, chamado Cléofas, lhe disse: “Tu és o único peregrino em Jerusalém que não sabe o que lá aconteceu nestes últimos dias?
19Ele perguntou: “Que foi?” Os discípulos responderam: “O que aconteceu com Jesus, o Naza­reno, que foi um profeta poderoso em obras e palavras, diante de Deus e diante de todo o povo. 20Nossos sumos sacerdotes e nossos chefes o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. 21Nós esperávamos que ele fosse libertar Israel, mas, apesar de tudo isso, já faz três dias que todas essas coisas aconteceram! 22É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos deram um susto. Elas foram de madrugada ao túmulo 23e não encontraram o corpo dele. Então voltaram, dizendo que tinham visto anjos e que estes afirmaram que Jesus está vivo. 24Alguns dos nossos foram ao túmulo e encontraram as coisas como as mulheres tinham dito. A ele, porém, ninguém o viu”.
25Então Jesus lhes disse: “Como sois sem inteligência e lentos para crer em tudo o que os profetas falaram! 26Será que o Cristo não devia sofrer tudo isso para entrar na sua glória?” 27E, começando por Moisés e passando pelos Profetas, explicava aos discípulos todas as passagens da Escritura que falavam a respeito dele.
28Quando chegaram perto do povoado para onde iam, Jesus fez de conta que ia mais adiante. 29Eles, porém, insistiram com Jesus, dizendo: “Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem che­gando!” Jesus entrou para ficar com eles. 30Quando se sentou à mesa com eles, tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e lhes distribuía.
31Nisso os olhos dos discípulos se abriram e eles reconheceram Jesus. Jesus, porém, desapareceu da frente deles. 32Então um disse ao outro: “Não estava ardendo o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho, e nos explicava as Escrituras?” 33Naquela mesma hora, eles se levantaram e voltaram para Jerusalém onde encontraram os Onze reunidos com os outros. 34E estes confirmaram: “Realmente, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!” 35Então os dois contaram o que tinha acontecido no caminho, e como tinham reconhecido Jesus ao partir o pão.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.



26 de abril de 2011

Terça, 26/04/2011 - Oitava da Páscoa

Terça-Feira, 26 de Abril de 2011 - Oitava da Páscoa
A Igreja celebra hoje: São Pascásio


Primeira Leitura (At 2, 36-41)

Leitura dos Atos dos Apóstolos.

No dia de Pentecostes, Pedro disse aos judeus: 36“Que todo o povo de Israel reconheça com plena certeza: Deus constituiu Senhor e Cristo a este Jesus que vós crucificastes”.
37Quando ouviram isso, eles ficaram com o coração aflito, e perguntaram a Pedro e aos outros apóstolos: “Irmãos, que devemos fazer?” 38Pedro respondeu: “Convertei-vos e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para o perdão dos vossos pecados. E vós recebereis o dom do Espírito Santo. 39Pois a promessa é para vós e vossos filhos, e para todos aqueles que estão longe, todos aqueles que o Senhor nosso Deus chamar para si”.
40Com muitas outras palavras, Pedro lhes dava testemunho, e os exortava, dizendo: “Salvai-vos dessa gente corrompida!” 41Os que aceitaram as palavras de Pedro receberam o batismo. Naquele dia, mais ou menos três mil pessoas se uniram a eles.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.


Salmo (Salmos 32)

— Transborda em toda a terra a bondade do Senhor.
— Transborda em toda a terra a bondade do Senhor.

— Reta é a palavra do Senhor, e tudo o que ele faz merece fé. Deus ama o direito e a justiça, transborda em toda a terra a sua graça.

— Mas o Senhor pousa o olhar sobre os que o temem, e que confiam esperando em seu amor, para da morte libertar as suas vidas e alimentá-los quando é tempo de penúria.

— No Senhor nós esperamos confiantes, porque ele é nosso auxílio e proteção! Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, da mesma forma que em vós nós esperamos!


Evangelho (Jo 201, 11-18)

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 11Maria estava do lado de fora do túmulo, chorando. Enquanto chorava, inclinou-se e olhou para dentro do túmulo. 12Viu, então, dois anjos vestidos de branco, sentados onde tinha sido posto o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés.
13Os anjos perguntaram: “Mulher, por que choras?” Ela respondeu: ”Levaram o meu Senhor e não sei onde o colocaram”. 14Tendo dito isto, Maria voltou-se para trás e viu Jesus, de pé. Mas não sabia que era Jesus. 15Jesus perguntou-lhe: “Mulher, por que choras? A quem procuras?” Pensando que era o jardineiro, Maria disse: “Senhor, se foste tu que o levaste dize-me onde o colocaste, e eu o irei buscar”.
16Então Jesus disse: “Maria!” Ela voltou-se e exclamou, em hebraico: “Rabuni” (que quer dizer: Mestre). 17Jesus disse: “Não me segures. Ainda não subi para junto do Pai. Mas vai dizer aos meus irmãos: subo para junto do meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus”. 18Então Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: “Eu vi o Senhor!”, e contou o que Jesus lhe tinha dito.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.


25 de abril de 2011

Segunda, 25/04/2011 - Oitava da Páscoa

Segunda-Feira, 25 de Abril de 2011 - Oitava da Páscoa
A Igreja celebra hoje: São Marcos Evangelista


Primeira Leitura (At 2, 14.22-32)

Leitura dos Atos dos Apóstolos.

No dia de Pentecostes, 14Pedro de pé, junto com os onze apóstolos, levantou a voz e falou à multidão: 22”Homens de Israel, escutai estas palavras: Jesus de Nazaré foi um homem aprovado por Deus, junto de vós, pelos milagres, prodígios e sinais que Deus realizou, por meio dele, entre vós. Tudo isto vós bem o sabeis. 23Deus, em seu desígnio e previsão, determinou que Jesus fosse entregue pelas mãos dos ímpios, e vós o matastes, pregando-o numa cruz. 24Mas Deus ressuscitou a Jesus, libertando-o das angústias da morte, porque não era possível que ela o dominasse.
25Pois Davi dele diz: ‘Eu via sempre o Senhor diante de mim, pois está à minha direita para eu não vacilar. 26Alegrou-se por isso meu coração e exultou minha língua e até minha carne repousará na esperança. 27Porque não deixarás minha alma na região dos mortos nem permitirás que teu Santo experimente corrupção. 28Deste-me a conhecer os caminhos da vida e a tua presença me encherá de alegria’.
29Irmãos, seja-me permitido dizer com franqueza que o patriarca Davi morreu e foi sepultado e seu sepulcro está entre nós até hoje. 30Mas, sendo profeta, sabia que Deus lhe jurara solenemente que um de seus descendentes ocuparia o trono. 31É, portanto, a ressurreição de Cristo que previu e anunciou com as palavras: ‘Ele não foi abandonado na região dos mortos e sua carne não conheceu a corrupção’. 32Com efeito, Deus ressuscitou este mesmo Jesus e disto todos nós somos testemunhas”.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.


Salmo (Salmos 15)

— Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio!
— Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio!

— Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio! Digo ao Senhor: “Somente vós sois meu Senhor; Ó Senhor, sois minha herança e minha taça, meu destino está seguro em vossas mãos!

— Eu bendigo o Senhor, que me aconselha, e até de noite me adverte o coração. Tenho sempre o Senhor ante meus olhos, pois se o tenho a meu lado não vacilo.

— Eis por que meu coração está em festa, minha alma rejubila de alegria, e até meu corpo no repouso está tranquilo; pois não haveis de me deixar entregue à morte, nem vosso amigo conhecer a corrupção.

— Vós me ensinais vosso caminho para a vida; junto a vós, felicidade sem limites, delícia eterna e alegria ao vosso lado!


Evangelho (Mt 28, 8-15)

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 8as mulheres partiram depressa do sepulcro. Estavam com medo, mas correram com grande alegria, para dar a notícia aos discípulos. 9De repente, Jesus foi ao encontro delas, e disse: “Alegrai-vos!” As mulheres aproximaram-se, e prostraram-se diante de Jesus, abraçando seus pés.
10Então Jesus disse a elas: “Não tenhais medo. Ide anunciar a meus irmãos que se dirijam para a Galileia. Lá eles me verão”. 11Quando as mulheres partiram, alguns guardas do túmulo foram à cidade, e comunicaram aos sumos sacerdotes tudo o que havia acontecido. 12Os sumos sacerdotes reuniram-se com os anciãos, e deram uma grande soma de dinheiro aos soldados, 13dizendo-lhes: “Dizei que os discípulos dele foram durante a noite e roubaram o corpo, enquanto vós dormíeis. 14Se o governador ficar sabendo disso, nós o convenceremos. Não vos preocupeis”.
15Os soldados pegaram o dinheiro, e agiram de acordo com as instruções recebidas. E assim, o boato espalhou-se entre os judeus, até o dia de hoje.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.


24 de abril de 2011

Seu nome é Jesus...


Seu Nome é Jesus
Intérprete: Ricardo Sá
Composição: Jurandir/Sandro


Vou falar de alguém que venceu a morte
Que venceu o mundo e que está aqui
Este alguém tem nome é um nome doce
Que eu amo tanto e já vou dizer

Ele veio salvar... Ele veio mudar...
Minha vida, Meu coração
Por sua paixão, Sua Cruz...
Fonte de água viva. O cordeiro de Deus
Sal da terra e do mundo luz
Seu nome é Jesus

Ah, se tu soubesses quem te deu a vida
Quem te dá o céu e te quer feliz
Ah, se o conhecesses como te conhece
Bem antes que tudo viesse existir

Ele veio salvar...

Eu conheci Jesus...


Domingo 24/04/2011 - Páscoa do Senhor

Domingo, 24 de Abril de 2011 - Páscoa do Senhor


Primeira Leitura (Atos dos Apóstolos 10, 34a.37-43)

Livro dos Atos dos Apóstolos

Naqueles dias, 34aPedro tomou a palavra e disse: 37“Vós sabeis o que aconteceu em toda a Judeia, a começar pela Galileia, depois do batismo pregado por João: 38como Jesus de Nazaré foi ungido por Deus com o Espírito Santo e com poder. Ele andou por toda a parte, fazendo o bem e curando a todos os que estavam dominados pelo demônio; porque Deus estava com ele.
39E nós somos testemunhas de tudo o que Jesus fez na terra dos judeus e em Jerusalém. Eles o mataram, pregando-o numa cruz.
40Mas Deus o ressuscitou no terceiro dia, concedendo-lhe manifestar-se 41não a todo o povo, mas às testemunhas que Deus havia escolhido: a nós, que comemos e bebemos com Jesus, depois que ressuscitou dos mortos.
42E Jesus nos mandou pregar ao povo e testemunhar que Deus o constituiu Juiz dos vivos e dos mortos. 43Todos os profetas dão testemunho dele: “Todo aquele que crê em Jesus recebe, em seu nome, o perdão dos pecados”.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.


Salmo (Salmos 117)

— Este é o dia que o Senhor fez para nós: alegremo-nos e nele exultemos!
— Este é o dia que o Senhor fez para nós: alegremo-nos e nele exultemos!

— Dai graças ao Senhor, porque ele é bom!/ ‘Eterna é a sua misericórdia!”/ A casa de Israel agora o diga:/ “Eterna é a sua misericórdia!”

— A mão direita do Senhor fez maravilhas,/ a mão direita do Senhor me levantou./ Não morrerei, mas, ao contrário, viverei/ para cantar as grandes obras do Senhor!

— A pedra que os pedreiros rejeitaram/ tornou-se agora a pedra angular./ Pelo Senhor é que foi feito tudo isso;/ Que maravilhas ele fez a nossos olhos!


Segunda Leitura (Colossenses 3, 1-4)

Carta de São Paulo apóstolo aos Colossenses:

Irmãos: 1Se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, 2onde está Cristo, sentado à direita de Deus; aspirai às coisas celestes e não às coisas terrestres. 3Pois vós morrestes, e a vossa vida está escondida, com Cristo, em Deus. 4Quando Cristo, vossa vida, aparecer em seu triunfo, então vós aparecereis também com ele, revestidos de glória.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.


Evangelho (João 20,1-9)

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo João.
— Glória a vós, Senhor!

1No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo de Jesus, bem de madrugada, quando ainda estava escuro, e viu que a pedra tinha sido retirada do túmulo.
2Então ela saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo, aquele que Jesus amava, e lhes disse: “Tiraram o Senhor do túmulo, e não sabemos onde o colocaram”.
3Saíram, então, Pedro e o outro discípulo e foram ao túmulo. 4Os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais depressa que Pedro e chegou primeiro ao túmulo. 5Olhando para dentro, viu as faixas de linho no chão, mas não entrou.
6Chegou também Simão Pedro, que vinha correndo atrás, e entrou no túmulo. Viu as faixas de linho deitadas no chão 7e o pano que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não posto com as faixas, mas enrolado num lugar à parte.
8Então entrou também o outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo. Ele viu, e acreditou.
9De fato, eles ainda não tinham compreendido a Escritura, segundo a qual ele devia ressuscitar dos mortos.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.


18 de abril de 2011

Páscoa 2011

MORRER E RESSUSCITAR - José Augusto Mourão
(2 Mac, 7, 1-2. 9-14; Lc 20,27-38)


1. A acreditar nos exegetas, as consciências judaicas e depois cristãs, fizeram um certo trajeto que, partindo de um projeto nacional de sobrevivência, deu num projeto pessoal de ressurreição. O cristianismo substituiu a ressurreição de Cristo num esquema culturalmente disponível que era o da sobrevivência. É certo que o judaísmo tardio, lido pelos cristãos, tinha personalizado a ideia de ressurreição, que era um tema próprio ao além da catástrofe que foi o exílio. Ruptura do exílio e da destruição, depois reconstrução. O texto de Ezequiel era uma profecia nacional e tornou-se uma profecia da ressurreição pessoal.

2. A única sobrevivência, no plano empírico e histórico, é a vida dos sobreviventes. Este tema permite de fato não deixar o horizonte da vida. Que faço dos meus mortos na minha memória? É um problema de quem vive a respeito daqueles que já não vivem conosco. Projetando-me no outro que me sobreviverá, amigos e descendentes, participo antecipadamente ao dever de memória, como se no futuro antes eu fosse sobrevivente da minha morte. Mas a cultura do "desapego" implica colocar entre parênteses o cuidado de ressurreição pessoal. A forma "imaginária" do cuidado parece dever ser abandonada, isto é, a projeção de si no além da morte em termos de sobrevivência. A sobrevivência é uma representação prisioneira do tempo empírico, como um "depois" que pertence ao mesmo tempo da vida.

3. Não tenho que tratar da morte de amanhã, enquanto estou em vida. O morrer tem de ser ainda um ato de vida. O morrer tem de ser interno à vida. Ao fim e ao cabo a vida é feita de abandonos e renúncias. A acusação de Nietzsche não tem que nos atingir: a cristianismo não é uma cultura do sofrimento nem é animado pelo desprezo e a calúnia da vida. Tenho de incorporar ao trabalho de luto a certeza que a alegria é ainda possível quando se abandona tudo.

4. “As provas fatigam a verdade”, escreveu Braque. É verdade. Como se pode provar a ressurreição? O crente pode referir a sua liberdade diante do mal à confissão de fé no Cristo ressuscitado; mas não pode adiantar provas. A atestação da ressurreição pelos primeiros cristãos provem da segurança dada pelo Espírito que nem o mal nem a morte são fatalidades, porque o amor de Deus, revelado neste homem que fez o bem, é mais forte do que elas. A cruz e a ressurreição são a mesma coisa: é o centurião que reconhece no crucificado o Filho de Deus, completando assim o grito de Jesus: "Meu Deus, porque me abandonaste?" É na qualidade da morte do Justo que o esboço do sentido da ressurreição. A "elevação" de Cristo começa na cruz, diz João. É preciso compreender a ressurreição como ressurreição na comunidade cristã, que se torna o corpo de Cristo vivo. A ressurreição consistiria em ter um corpo diferente do corpo físico, quer dizer um corpo histórico.


5. A fé na ressurreição existia no judaísmo tardio, nos séculos que precedem imediatamente Jesus, e o mais belo exemplo encontra-se no segundo livro dos Macabeus (escrito por volta do ano 100 antes de Cristo e chamado o “livro dos mártires de Israel), com a história dos “sete irmãos mártires” e da sua mãe (cap. 7). Eles aceitam o martírio porque acreditam numa ressurreição dos mortos. Mas é uma ideia que está longe de ser aceite por toda a gente. Tem-se mesmo a impressão que os discípulos de Jesus estavam bastante afastados desta esperança. Os saduceus recusam explicitamente esta ideia, como se vê no texto de Lucas que ouvimos ler.

6. Jesus acreditava na ressurreição dos mortos. Ele teve o pressentimento da sua morte e evoca a sua ressurreição por Deus. Fala do grão de trigo que deve morrer para produzir fruto, o que nos coloca diante da consciência que ele tinha de si mesmo antes da morte. Que sentido tem esta morte? A ressurreição era em si mesma uma passagem através da morte e obrigava a procurar as razões desta morte. O amor de Deus pelos homens parecerá mais claro na passagem pela morte do que na glória da ressurreição (e da vitória). Mas as duas estão ligadas: a ressurreição é entendida como a abertura das portas do céu para todo o homem, logo como uma manifestação do poder do amor, “forte como a morte”. Por outro lado há o silêncio de Deus, a impotência de Deus diante da morte de Jesus. Ele não intervém. Este silêncio de Deus torna-se uma nova revelação: a de um novo rosto de Deus, que não nos salva mergulhando-nos no seu poder, mas manifestando um amor incondicional por nós. O cristianismo não recebe a revelação de Deus no triunfo de Deus, mas na fraqueza da morte de Jesus que nos liberta antes de mais do medo de Deus, como as religiões o apresentam. É este medo que destrói a liberdade do homem criado à imagem de Deus, que gera as manipulações idolátricas do divino, que leva por mimetismo à vontade de poder e de dominação do próximo. A cruz é a chegada da liberdade do homem face a Deus. Abdicando do seu poder, Deus revela que é amor e que é o amor que salva da morte.

7. Acautelai-vos do fermento dos fariseus e dos saduceus” (Mt 16, 6). Porquê desconfiar das histórias que conta o saduceu/fariseu? Estes personagens só parecem conhecer um tipo de lógica – espacializante e binarizante – a lógica do terceiro excluído (polémico, contratual). O saduceu advoga uma concepção belicista, hierárquica, classista, da vida. É o homem da consciência clara, o empirista céptico que recusa o milagre de haver anjos e o milagre da ressurreição. Ele precede o liberal moderno, indiferente, para quem as manchas da pobreza são ficções angélicas, quer dizer, inexistentes. Mas a vida põe em causa as oposições binárias – o hibridismo, o contraste, a contradição só estão “presentes” numa experiência espacializante rarificada de qualquer temporalidade. Nenhuma pacificação duma polémica prévia é necessária para que haja fusão: a comunhão dos amantes é a melhor prova disso. Será tudo conflito, contratual ou negociável, como o fariseu a si mesmo se prescreve? O saduceu/fariseu hipostasia a ideia de origem/diferença: Deus e o homem estão separados por um abismo de transcendência e de incomunicabilidade. Acautelar-se deles porque são incapazes de pensar a ideia de origem/dependência, a ideia de fusão originária ou de começo, o Amor do amor.

8. Que dizem os saduceus e os fariseus do nosso tempo sobre o homem ou a vida do homem sobre a terra, para que tenhamos de resistir à sua doutrina? É evidente que a tecnologia funciona como ersatz da teologia. O facto capital do século XX é a aparição da noção de possibilidade ilimitada. O nosso século responde à morte de Deus através da técnica. Se a morte não pode ser salva pela redenção, tem de ser abolida tecnologicamente. O mundo antigo tinha Deus ao centro. Esvaziado esse lugar, surge o nada, mas o centro não desaparece, é um abismo que inexplicavelmente atrai. Se já não há salvação, venha o desastre absoluto – é essa a moral do Crash de Ballard. Há a tecnologia e com ela a natureza espectral de tudo. O que chegou ao fim foi a sensibilidade. O fetichismo e o niilismo apropriaram-se de tudo. O futuro foi devorado por um presente devorante para além do bem e do mal.

9. Há entre nós um espaço de realidade que ignoramos e de que nada podemos dizer senão que existe e nos dispõe em profundidade de modo que quando vamos a Ele, a questão do encontro ultrapassa o simples fato de o ver. À nossa profundidade responde a sua profundidade. Não quer dizer que o que está em causa esteja votado à ignorância ou ao anonimato – isso surgirá no dia último, quando da ressurreição. Entre estes dois campos, actualmente disjuntos, o da origem, disposto pela mão do Pai e o da ressurreição, proposto à guarda do Filho, situa-se o lugar de encontro em que um personagem singular se apresenta ao ato singular do crer: creio na ressurreição dos mortos. Há uma fronteira no interior de nós – entre o que nos é dado e o que em nós acredita. Do que nos é dado não decidimos; do crer, devemos decidir.

10. Recusar a ressurreição de Cristo é resignar-se a acabar. A ressurreição de Jesus é de certo modo a eternidade que entra no tempo, ou o tempo que cede à dimensão da eternidade. A vida (eterna) está em nós e a comunhão nas nossas vidas (de filhos), nas nossas experiências, nos nossos amores, se aceitamos viver, sentir, amar, sob o signo do jardineiro que anuncia a Páscoa.

José Augusto Mourão é dominicano, semiólogo, professor na Universidade Nova de Lisboa (DCC)

10 de abril de 2011

V Domingo da Quaresma - "Vou abrir os vossos túmulos" (Ez 37, 12)

Queridos, a liturgia deste 5o Domingo dá sequência a uma catequese batismal. Contemplávamos Cristo Água para nossa sede, depois Cristo Luz para nossa treva e cegueira e, agora, Cristo se nos é apresentado como Vida para nossa morte.
A promessa do Senhor é de que abrirá os túmulos e esta mesma vem acompanhada de uma efusão do Espírito, único capaz de dar a vida. Corpo sem vida é mero cadáver...
1a Leitura: Ezequiel exerce seu profetismo no momento em que Israel se encontra no exílio da Babilônia. Ter esperança quando nada concorre a nosso favor é complicado. Exatamente assim se encontra Israel: a dificuldade de acreditar lhe fechara os olhos e os mesmos se encontram num silêncio sepulcral. O Senhor fala a Ezequiel que isso é morte: o desespero! Não olhar pra cima é estar morto e ser incapaz de ver além é o mesmo que estar num sepulcro. Esta é a imagem para definir os que não têm esperança, uma vez que o sepulcro é o lugar por excelência onde nada mais pode ser feito. Onde a esperança em algo ou em alguma solução acabou. O sepulcro é o lugar escuro e de silêncio, onde cessam as possibilidades...por isso é frio.
2a Leitura: Paulo também nos sustenta a esperança na ressurreição e, desta vez, chama o Espírito Santo de "Espírito de Cristo", uma vez que o sua ação na vida do Senhor é a mesma sobre nós. Ele é o Senhor da vida e quem o possui, não pode estar morto.
Paulo contrapõe as antíteses "viver segundo a carne" e "viver segundo o Espírito". Nos deixa na possibilidade de escolha e mostra as consequências de ambas.
Evangelho: Jesus apresenta-se como o Senhor da Vida (Jo 11, 1-45).
Os discípulos estranham a aparente despreocupação do Senhor pela doença de Lázaro. Segundo Senhor, sua doença daria glória a Deus, assim como tudo na vida segundo o plano do Criador. Ao chegar em Betânia, numa viagem de 3 km, Jesus recebe a notícia de sua irmã e chora, mas não como um desesperado senão como quem tem afeto pela pessoa que morrera.
Interessante notar: Jesus não entra na casa onde o clima reinante era de desespero e lamúria. Os vizinhos e amigos entravam na casa para os pêsames e para entoar altos brados, símbolo do desespero no Evangelho. Jesus tira a irmã para fora do ambiente. Antes de ressuscitar Lázaro, Jesus ressuscitara sua irmã, ela que estava morta-viva. Esta é a primeira ressurreição que o Senhor quer operar na nossa vida!! Jesus deseja antes de tudo não ressuscitar os mortos, mas os vivos!!!!!!
Agora o choro tanto de Jesus como o de Marta é diferente, é um choro de esperança e de desejo ardente de vida. Marta faz uma enorme profissào de fé na Ressurreição uma vez que saiu do ambiente de morte e revela que se o Senhor não tivesse saído de sua presença seu irmão certamente não teria morrido. Assim, Marta revela que longe de Jesus tudo é morte, longe de Cristo não pode haver vida. Quando Ele se faz presente tudo é vida e ressurreição! Diante disso, Jesus dá ordens de tirarem a pedra do túmulo, e cumpre mais uma vez a promessa do Senhor na profecia de Ezequiel. "Tirai a pedra"- pedra que separa o mundo dos vivos do mundo dos mortos. Jesus traz de volta as possibilidades e a esperança e livra seu amigo da sombra fétido do sepulcro. Marta é bem clara em afirmar que já fazem 4 dias...
Não deixemos hoje que Jesus chore nossa morte, mas nos faça sair dos sepulcros da vida. Sepulcros do silêncio, da dor, da morte, da não possibilidade, do "resta-nos mais nada a fazer". Longe Dele não pode haver vida e, quando Ele se vai anoitece e tudo é sombrio e gélido. Não pode o homem sobreviver onge de sua presença...
Pode acontecer que, na nossa vida, Jesus esteja há quilômetros de distância e não nos resta outra coisa senão uma pedra diante de nossos olhos, pedra que nos separa dos demais e nos impede de ver.
Deus os abençoe!

4 de abril de 2011

Quarto Domingo da Quaresma - 02/04/11


“O homem vê as aparências, Deus vê o coração”( 1Sm 16, 7)

As leituras da liturgia de hoje nos apontam a cegueira da humanidade e o verdadeiro colírio para ela: as águas de Siloé.

Todas apontam para a impossibilidade humana de enxergar as coisas como de fato elas são. Ao homem é impossível ver se não está no Filho do Homem e só no encontro com o Enviado será possível ver a realidade.

1ª Leitura: Israel está vivendo um momento conturbado de sua história mais uma vez. Estamos aproximadamente 1000 anos antes de Cristo. A invasão dos filisteus faz pressão de todos os lados e Israel se vê comprimido e sem reação. Por outro lado, o incompetente governo de Saul deixa trágicas conseqüências. Qual será a saída? Deus tem a solução pra tudo: Convoca Samuel para ungir o novo rei que trará a unificação de Israel. Deus mostra sinais de que ele seria da terra de Belém e da descendência de Jessé. O profeta se levanta com prontidão e se dirige à pequena cidade que, por sinal, nunca foi querida pelos israelitas, e entra na casa de Jessé revelando-lhe os planos de Deus. Feliz pela eleição de sua casa, Jessé começa a mostrar os filhos, todos esbeltos e fortes, mas Eliab é o que mais chama a atenção. Exuberante se destaca diante dos demais, a ponto de deixar Samuel impressionado, mas Deus é claro em mostrar que não o elegeu!!

Após mostrar todos os que estavam em casa, Samuel pergunta se é tudo que Jessé tem pra mostrar... Jessé revela a ausência de um que estava lá fora: Davi...mas por certo não interessaria ao profeta. Quem o escolheria? É menor de idade, adolescente, franzino, sem estatura... a quem agradaria? A resposta: a Deus!! Deus escolhe exatamente a estes. Por que prefere agir assim e por meio destes? A resposta para isso se encontra no vers. 7, o qual é a palavra “carro-chefe”do texto: “o homem olha as aparências, o Senhor olha o coração”.

2ª Leitura: Paulo apresenta a luta acirrada entre o bem e o mal, entre luz e trevas, e convida os efésios a despertarem do sono da fé “desperta tu que dormes”, ide para as obras da luz: bondade, justiça, verdade. O convite de Paulo é de sair do mundo das ilusões e voltar ao mundo da realidade, uma vez que, durante o sono não estamos no mundo real, mas fantasioso.

Evangelho: Cristo cura antes de tudo não a cegueira de Deus, mas de um “achismo” de Deus. O falso conceito de Deus predominava entre os judeus de que tanto a cegueira como qualquer espécie de mal era uma forma de pagamento. Tal é a doutrina ainda reinante do espiritismo budismo, etc. Cristo cura o falso conceito de Deus: esta é uma forma pagã de enxergar o Pai de Jesus Cristo. Também Cristo não cura de imediato o cego de nascença. Poe lama no seu olho e o manda lavar-se na piscina de Siloé, que quer dizer Enviado. Assim, o Evangelho demonstra que só os que querem lavar-se no Enviado de Deus podem verdadeiramente enxergar. Só o que se encontra de fato com o Enviado do Pai pode ser, enfim, homem novo (notem o simbolismo do barro, remontando a antiga criação).

Enfim, verdadeiro não é o que os olhos podem ver, mas é o que se apresenta para nós, mas o que Deus vê e como Deus vê. Na Exortação Apostólica Pós-Sinodal Verbum Domini , Bento XVI afirma:

“Num mundo de caráter efêmero, o ter, o prazer e o poder manifestam-se incapazes de realizar as aspirações mais profundas do coração do homem. Assim, a palavra de Deus nos impele a mudar o nosso conceito de realismo: realista é quem reconhece o fundamento de tudo no Verbo”.

27 de fevereiro de 2011

Oitavo Domingo- Tempo Comum 27/02/11

Confiança incondicional em Deus

"Não queirais julgar antes do tempo. Aguardai que o Senhor venha...
não vos preocupeis".
O profeta anônimo atua no momento do exílio, momento delicado de Israel.
Sião-Jerusalém se apresenta com a figura de uma mãe abandonada pelo marido com filhos e dificuldades. Põe-se, então,a queixar-se contra Deus como um marido negligente que a abandonou.
Indefesa, vulnerável e abandonada vê-se na solidão, onde será capaz das piores ações.
Essa será a pior das dores: a solidão! Qual remédio poderá saná-la? Essa é a dor de Cristo no Calvário: nem seus discípulos puderam vigiar com Ele e até mesmo seu Pai o abandonara: "meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?"
O profeta, então, apela para uma imagem inquestionável: a figura da mãe! Quem poderá negar?? "Pode uma mãe abandonar o fruto de suas entranhas?Mesmo que isso aconteça, Eu jamais te abandonarei, diz o Senhor". Isaías garante que o amor de Deus é maior que o amor de mãe. Ele escuta o nosso choro...não nos abandonou!!!
Paulo remonta Isaías e recorda aos coríntios que aguardem a ação do Senhor que em breve se levantará e dará a cada um o louvor que tiver merecido. Paulo alerta quanto ao risco de julgarmos antes do tempo e atropelarmos a ação divina.
"Quando Deus fecha uma porta ninguém abre, quando Ele abre uma porta, ninguém fecha!
Cristo coroa o tema dizendo :"Não podeis servir a Deus e a Mamon". O antigo deus da riqueza no mundo grego continua reinate nos nossos dias... Como em pleno século XXI por a esperança em superstições, cartas, figas, ferraduras atrás da porta, elefantes virados contra a porta, horóscopos, etc...
Não é uma galinha imolada em meio à encruzilhada que define a minha sorte e meu futuro, mas o amor de um Deus que sabe tudo de mim e me cuida com detalhes. Jesus nos alerta hoje para a importância do crer a confiar cegamente em Deus e do risco que coremos de estar em cima do muro...particularmente gosto de quebrar os muros da vida, para que as pessoas caiam para um dos lados...
Jesus dirige hoje sua Palavra a nós: ou cremos ou não cremos; ou confiamos ou não; ou acendemos uma vela para Deus ou para o demônio...não há meio termo!
O Evangelho nos adverte contra as falsas seguranças, falsas esperanças e falsas confianças.
Quando Deus está em primeiro lugar na nossa vida, tudo mais é resto, e assim somos felizes. Se Ele está em segundo plano, eis a causa da nossa infelicidade.
Deus seja a nossa única esperança!!
Sagrado Coração de Jesus, nós temos confiança em vós!

16 de janeiro de 2011

Tragédia na Região Serrana






Olá queridos!

O nosso programa está em total solidariedade com a povo da região serrana, em especial ao povo de Teresópolis, Friburgo, São José e Petrópolis.

Nós queremos aqui não dar uma explicação dos fatos, como agora é a tentação de muitos, mas dizer aqui pra vc que de alguma forma é vítima desta tragédia que nos acometeu na noite do dia 12 de janeiro. Não queremos nem mesmo dar razões teológicas ou espirituais como se isso fosse inteligível ou imaginável. Estamos diante de um fato que escapa a nossa capacidade de entender ou abarcar... isso será a sabedoria: calar diante de algo que não se entende, do mistério.

Talvez a pergunta que não cala mesmo que dentro do silêncio de nossa consciência:

“Por que Deus permitiu isso...por que não nos livrou??”

Penso que mais interessante do que buscar razões seja tentar encontrar direção diante do que estamos vivendo.

“Para aqueles que crêem em um Deus pessoal, não temos uma boa resposta para o fato de Deus consentir que o mal exista. Mas temos uma boa resposta ao que fazer quando o mal acontece”. (Mark W. Baker)

Isso mesmo, Santo Tomás de Aquino já havia afirmado: Deus permite o mal para dele tirar um bem maior. E é esse bem maior que deve nortear e direcionar nossa inteligência.

Nós não podemos evitar o sofrimento: ele é inevitável, mas podemos escolher em que direção ele nos levará. Em outras palavras, sofrer não é uma escolha nossa, mas a forma de sofrer é nossa opção.

“O essencial é invisível aos olhos” (Antoine de Saint-Exupéry)

Sim...agora, o nosso olhar deve se dirigir ao que é essencial em nossas vidas. Talvez essa seja a maior lição que tiraremos disso. No evangelho de Mateus 2 um anjo comunica a José a vontade divina: “Levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito”. A Sagrada Família teve de aprender a sobreviver com muito pouco fora de sua terra; teve de aprender a viver somente com o que é essencial: a presença do Menino que é Deus. É verdade que os nossos olhos estão presos em coisas e muito pequenas, mas vale a pena lembrar que coisas e conquistamos com o tempo...a vida é o maior Dom e ela será sempre o maior patrimônio, o maior bem e a nossa prioridade SEMPRE!

"A vida só pode ser compreendida olhando-se para trás; mas só pode ser vivida olhando-se para a frente." (Soren Kierkegaard)

Buscar culpados não será a melhor solução agora. Mas é preciso permanecer atento aos sinais... Em Janeiro de 2010, um fato notório chama atenção do povo do Haiti e do mundo inteiro. Um crucifixo sobreviveu ao equivalente a 30 bombas nucleares e permaneceu ereto diante de toda aquela destruição como sinal de Deus. Nele, Cristo permanece de braços abertos à súplica do povo e deixa e certeza de estar também crucificado com eles. Na nossa paróquia, as capelas de São Sebastião (Posse), Nossa Senhora Aparecida (Campo Grande) e Nossa Senhora da Paz (Caleme) parecem saltar diante de uma imagem catastrófica e destruidora como sinais e epifania de Deus . A presença intacta da casa da Mãe e de seu Filho permanacem de pé diante de toda aquela destruição. Maria hoje nos indica o caminho: diante da Cruz, diante do inexplicável, diante da dor inconsolável Maria permanace de pé, como narra o Evangelho. A mãe nos indica como devem permanecer os cristãos diante do flagelo; de pé diante das contradições de Deus, diante da morte do Filho... do silêncio de Deus.

“Isto é motivo de alegria para vós, embora seja necessário que agora fiqueis por algum tempo aflitos, por causa de várias provações. Deste modo, a vossa fé será provada como sendo verdadeira – mais preciosa que o ouro perecível, que é provado no fogo - e alcançará louvor, honra e glória no dia da manifestação de Jesus Cristo”(I Pd 1, 6-7)

Agora, amigos, diante da única certeza dentro de nós: Deus está conosco; Ele é o Emmanuel, resta-nos lutarmos com a maior das forças: o Amor. Ele nos fará superar todas as provações. Ele nos ensinará a tarefa tão difícil de recomeçar e de reconstruir nossa vida e nossa história. Quem tiver amor, terá todas as coisas nos dirá São Paulo. Deus seja nossa força neste momento tão doloroso da nossa história e que o Evangelho seja nossa bússola e direção.

A tristeza do Calvário dura só três dias, mas a alegria da Ressurreição permanece para sempre!

Deus abençoe a todos e que Nossa Senhora nos ajude a permanecermos de pé!

Pe. Alan!

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