26 de dezembro de 2010

Homilia 18/04/2010 - 3º Domingo da Páscoa

O Evangelho de hoje falava sobre as três indagações de Jesus a Pedro, em João 21: 15,17. Na verdade, o que pouca gente sabe, é que para ter a total compreensão destes versículos é preciso recorrer aos originais das escrituras.
No português, a palavra “amor” vem tendo seu real significado distorcido ao longo do tempo. Constatamos isso facilmente quando vemos pessoas dizendo que amam chocolates, por exemplo.
Já no grego, existem três palavras diferentes que caracterizam o amor da língua portuguesa. Justamente para não haver essa confusão de significados, cada palavra em grego simboliza uma forma especifica de amor. As palavras são:

- érōs: é a classificação mais baixa de amor. Ex: Eu amo o meu carro. Amo o meu cachorro.
- philos: classificação intermediária: Ex: Amo minha família, minha namorada e meus amigos. Até eles pisarem no meu calo...
- agápē: a forma mais intensa de amor. O amor que é capaz de dar a vida pelo amado, de derramar sangue. O amor de Cristo por nós.

Quando Jesus indaga Pedro pela primeira vez, ele pergunta se Pedro tem por Ele o amor “agápē”.Então Pedro responde que tem por Jesus o amor “érōs”.
Na segunda indagação, ocorre o mesmo.
Na terceira (sabendo que Pedro não O amava como Ele deveria ser amado), Jesus “baixa a guarda” e pergunta a Pedro se tem por Ele a forma mais baixa de amor: o amor “érōs”.
Pedro, percebendo que Jesus sabia que ele não era capaz de amá-Lo, entristece-se. Ainda sim, Jesus pede-lhe que apascente suas ovelhas.

Mesmo sabendo que nós não somos capazes de oferecer todo amor que deveríamos a Ele (o amor “agápē”), Jesus Cristo “se rebaixa” e aceita o nosso amor “érōs”, tudo isso para estar junto de nós. Até quem é digno de toda honra e toda glória aceita as migalhas que oferecemos como prova de amor, para estar sempre perto de nós.


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