10 de abril de 2011

V Domingo da Quaresma - "Vou abrir os vossos túmulos" (Ez 37, 12)

Queridos, a liturgia deste 5o Domingo dá sequência a uma catequese batismal. Contemplávamos Cristo Água para nossa sede, depois Cristo Luz para nossa treva e cegueira e, agora, Cristo se nos é apresentado como Vida para nossa morte.
A promessa do Senhor é de que abrirá os túmulos e esta mesma vem acompanhada de uma efusão do Espírito, único capaz de dar a vida. Corpo sem vida é mero cadáver...
1a Leitura: Ezequiel exerce seu profetismo no momento em que Israel se encontra no exílio da Babilônia. Ter esperança quando nada concorre a nosso favor é complicado. Exatamente assim se encontra Israel: a dificuldade de acreditar lhe fechara os olhos e os mesmos se encontram num silêncio sepulcral. O Senhor fala a Ezequiel que isso é morte: o desespero! Não olhar pra cima é estar morto e ser incapaz de ver além é o mesmo que estar num sepulcro. Esta é a imagem para definir os que não têm esperança, uma vez que o sepulcro é o lugar por excelência onde nada mais pode ser feito. Onde a esperança em algo ou em alguma solução acabou. O sepulcro é o lugar escuro e de silêncio, onde cessam as possibilidades...por isso é frio.
2a Leitura: Paulo também nos sustenta a esperança na ressurreição e, desta vez, chama o Espírito Santo de "Espírito de Cristo", uma vez que o sua ação na vida do Senhor é a mesma sobre nós. Ele é o Senhor da vida e quem o possui, não pode estar morto.
Paulo contrapõe as antíteses "viver segundo a carne" e "viver segundo o Espírito". Nos deixa na possibilidade de escolha e mostra as consequências de ambas.
Evangelho: Jesus apresenta-se como o Senhor da Vida (Jo 11, 1-45).
Os discípulos estranham a aparente despreocupação do Senhor pela doença de Lázaro. Segundo Senhor, sua doença daria glória a Deus, assim como tudo na vida segundo o plano do Criador. Ao chegar em Betânia, numa viagem de 3 km, Jesus recebe a notícia de sua irmã e chora, mas não como um desesperado senão como quem tem afeto pela pessoa que morrera.
Interessante notar: Jesus não entra na casa onde o clima reinante era de desespero e lamúria. Os vizinhos e amigos entravam na casa para os pêsames e para entoar altos brados, símbolo do desespero no Evangelho. Jesus tira a irmã para fora do ambiente. Antes de ressuscitar Lázaro, Jesus ressuscitara sua irmã, ela que estava morta-viva. Esta é a primeira ressurreição que o Senhor quer operar na nossa vida!! Jesus deseja antes de tudo não ressuscitar os mortos, mas os vivos!!!!!!
Agora o choro tanto de Jesus como o de Marta é diferente, é um choro de esperança e de desejo ardente de vida. Marta faz uma enorme profissào de fé na Ressurreição uma vez que saiu do ambiente de morte e revela que se o Senhor não tivesse saído de sua presença seu irmão certamente não teria morrido. Assim, Marta revela que longe de Jesus tudo é morte, longe de Cristo não pode haver vida. Quando Ele se faz presente tudo é vida e ressurreição! Diante disso, Jesus dá ordens de tirarem a pedra do túmulo, e cumpre mais uma vez a promessa do Senhor na profecia de Ezequiel. "Tirai a pedra"- pedra que separa o mundo dos vivos do mundo dos mortos. Jesus traz de volta as possibilidades e a esperança e livra seu amigo da sombra fétido do sepulcro. Marta é bem clara em afirmar que já fazem 4 dias...
Não deixemos hoje que Jesus chore nossa morte, mas nos faça sair dos sepulcros da vida. Sepulcros do silêncio, da dor, da morte, da não possibilidade, do "resta-nos mais nada a fazer". Longe Dele não pode haver vida e, quando Ele se vai anoitece e tudo é sombrio e gélido. Não pode o homem sobreviver onge de sua presença...
Pode acontecer que, na nossa vida, Jesus esteja há quilômetros de distância e não nos resta outra coisa senão uma pedra diante de nossos olhos, pedra que nos separa dos demais e nos impede de ver.
Deus os abençoe!

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