13 de janeiro de 2012

2012- Profecias acerca do fim do mundo











“ Quanto ao dia e a hora ninguém o sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, senão o Pai” (Mc 13, 32).


Entramos no ano de 2012 e a temática encontrada na mídia e na mente de todos não é outra senão o fim dos tempos. A inquietação presente no coração do homem desde muitos séculos já era uma constante mesmo antes da vinda do Messias. O chamado gênero apocalíptico que emerge no Judaísmo desde o tempo de Antíoco Epifanes surge como um fenômeno que visava suscitar esperança ao coração daqueles que aguardavam uma vitória triunfal sobre o mal e a morte, duas realidades angustiantes ao homem desde o pecado de Adão.




Muitas foram as pseudoprofecias e falsos profetas que anunciaram o suposto dia em que tudo acabaria, causando alarde e pânico. Quanto aos dias previstos e sinais não há novidade. Como não se lembrar da profecia de Nostradamus e o Calendário Maia cujo fim coincidiria com o nosso, segundo afirmações? A postura e a esperança cristã diante de tais afirmativas serão de grande relevância para a mudança de mentalidade, uma vez que, pela fé, sabemos que este mundo não é definitivo nem é eterno o que nossos olhos podem ver e nossas mãos tocar. Desde os primórdios do cristianismo a Igreja, qual esposa, clama o seu Amado dizendo: “Maran athá”- vem, Senhor Jesus. Sendo esse seu principal desejo, a Igreja expressa sua ânsia na volta definitiva de seu Senhor e Rei, o qual há de vir para julgar os vivos e os mortos e seu reino, portanto, não terá fim. É o que professa no seu Credo. Esse Reino definitivo e posse de realidades que não passam, é e sempre será a única meta cristã, e, portanto, nossa primeira preocupação, descartando esse desejo tão presente no coração do homem pós-moderno de temas de caráter apocalíptico, que não é outra coisa que um paganismo disfarçado. O desejo de uma felicidade relativa, a busca incessante do prazer, a divinização da criatura, a fuga de Deus e de tudo o que é ético e moral explica todo o esforço das seitas na insistência da auto-ajuda, da auto-salvação, bem como a preferência hollywoodiana na exploração da temática catastrófica e apocalíptica. Tudo isso, enfim, faz-nos remontar o pensamento oriundo em Horácio e que reverbera até hoje- Carpe Diem- aproveite o momento, viva o agora intensamente, busque tenazmente o prazer mais intenso custe o que custar, uma vez que tudo acabará em breve e nada nos restará. Faça o menor esforço possível, pois nada será lembrado. Viva de maneira instintiva e emocional. “Comamos e bebamos, pois amanhã morreremos”, já dizia São Paulo refutando tal mentalidade tão diferente do sentido cristão da vivência do presente da qual o Senhor mesmo convida no Evangelho.




Esse é o desafio cristão diante de um neopaganismo. A espera de novos céus e nova terra não são para nós um escusa e fuga de comprometimento e responsabilidades inerentes à vida de fé. Não nos cabe tentar adivinhar dia nem hora, se essa hipótese já nos foi descartada no Evangelho, embora não tenha inibido demais pretensiosos. “O que você faria se soubesse que Jesus está voltando agora?”, perguntaram ao jovem santo. “ Eu o convidaria para brincar comigo”, respondeu São Luiz Gonzaga.




Pe. Alan







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